BLOQUE ZONA LIVRE em Construção

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Colômbia abaixo e à esquerda


Raúl Zibechi

Os importantes acontecimentos de outubro no cenário político sulamericano, os dois turnos das eleições brasileiras e a morte do ex-presidente Néstor Kirchner, além das repercussões dos acontecimentos no Equador em 30 de setembro, tiraram a atenção de um dos mais importantes feitos que envolveu os movimentos sociais: a realização da primeira sessão do Congresso dos Povos, em Bogotá, Colômbia, entre 8 e 12 de outubro.

Alguns números dão conta da importância do acontecimento. Até a Universidad Nacional, sede do congresso, chegaram 17 mil integrantes de 212 organizações, 8 mil de Bogotá e arredores e outros 9 mil do resto do país. O primeiro dia de debates esteve organizado em torno de setores sociais e se formaram 34 comissões. No segundo trabalhou-se por regiões e se formaram 56 comissões. No terceiro dia houve debates em dois grandes grupos em torno de estratégia, mobilização e proteção, e realizou-se depois uma plenária. No dia 12 de outubro, finalizando o congresso, uma enorme marcha foi realizada até a praça Bolívar, a mesma que foi cenário das primeiras ações contra a dominação espanhola há 200 anos.

“Eu diria que é uma coordenação desde baixo”, assinala um integrante dos Hijos (Filhos e Filhas pela Memória e contra a Impunidade), recordando que trata-se de um longo processo nascido com a mobilização do povo Nasa (indígenas que vivem ao norte do departamento) de Cauca, que realizou sua primeira marcha de protesto em outubro de 2004 até a cidade de Cali. Nessa data foi realizado o Primeiro Congresso Indígena e Popular, que não foi uma disputa de oratória senão, como dizem os nasa, o início do longo processo de “caminhar a palavra”. De algum modo, o Congresso dos Povos foi possível graças à determinação nasa, algo que foi visível na Universidad Nacional, local protegido pelas centenas de integrantes da guarda indígena.

Indígenas, afrodescendentes, camponeses, mulheres e jovens – além de centenas de meninos e meninas que fizeram seu próprio congresso – abandonaram “o costume inveterado da representação do povo e da delegação de sua vontade em partidos ou vanguardas autoproclamadas”, segundo a leitura do economista e militante Héctor León Moncayo no jornal Desde Abajo. Também compareceram grupos de migrantes – 4 milhões como consequência da guerra -, de desempregados e sem teto, junto a grupos de gays, lésbicas e transexuais.

A grande ausência foi do movimento sindical, que segue ancorado na cultura da representação e da demanda ao Estado. Pelo contrário, o Congresso dos Povos foi construído com base em decisões levantadas desde as bases. “Ninguém falava como líder nem como indivíduo. Falavam como região, como organização, como camponeses ou como jovens”, disse a integrante dos Hijos. As delegações tinham responsáveis para as diferentes comissões do enorme acampamento que se montou na Universidad Nacional: limpeza, alojamento, comida, logística, comunicações, entre outras. A convivência fez do congresso algo diferente aos clássicos encontros das esquerdas e das organizações institucionalizadas.

O encontro foi, de algum modo, uma avaliação geral do “caminho escolhido desde os anos 90, o da representação, o eleitoral, que deu como seu principal fruto a formação do Polo Democrático Alternativo”, aponta León Moncayo. Não ficou somente nos debates. O encontro apontou para além da denúncia e da submissão aos governantes, e proclamou seu desejo de começar a construir um mundo novo, algo que os participantes denominaram “legislar a partir de baixo”. Nas comissões trabalhou-se com base em três perguntas: quais são os problemas, o que vamos fazer com eles e como o vamos fazer. Uma nova cultura política na construção que não demanda, mas constrói, não delega, mas articula, como acontece nas comunidades indígenas de todo o mundo.

O congresso foi realizado em um momento político decisivo para o país. O presidente Juan Manuel Santos está começando a implementar sua política de “unidade nacional” que busca superar a polarização interna e o isolamento internacional herdados da gestão de Uribe, enquanto se mantém a mesma política econômica e a agenda neoliberal. Um dos propósitos centrais para sustentar a governabilidade do modelo consiste em superar o estilo próprio de fazer politica integrando o conjunto da burguesia ao novo governo e, sobretudo, em institucionalizar as organizações e movimentos sociais por meio de uma estratégia de cooptação. O vice-presidente de Santos, o ex-esquerdista e ex-membro da Unión Popular Angelino Garzón, é uma peça-chave. O Congresso dos Povos saiu contra esta nova estratégia dos de cima ao começar a reverter a dispersão dos de baixo.

Nos próximos dias 20 e 21 de novembro se reunirão representantes das 212 organizações que compareceram ao congresso para desenhar planos de trabalho com base nos relatórios das comissões. Em meados de 2011 começarão a ser realizados encontros regionais e temáticos para expandir e aprofundar o processo iniciado. Um processo que nasceu em centenas de assembleias e redes comunitárias e regionais retorna para baixo para unir e enraizar a “autonomia popular” e a “deliberação e ação conjunta em todos os rincões do país”, para “trazê-las de volta à Colômbia”, como reza a declaração final.

No calor das cozinhas e nas festas noturnas começou a tornar-se realidade o objetivo deste congresso: “Que o país de baixo legisle. Que os povos mandem. Que a população ordene o território, a economia e a forma de governar. Que caminhe a palavra”. “Não esperamos grande coisa dos congressistas e governantes”, pode se ler na declaração Palavra do Congresso dos Povos. Seis anos depois daquela colorida e tumultuosa marcha para Cali, a palavra indígena está tecendo corações com outras palavras no que provavelmente seja o começo de outra história dos de baixo na Colômbia.

Raúl Zibechi é jornalista uruguaio editor do semanário Brecha, uma das publicações de esquerda mais tradicionais da América Latina.


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domingo, 21 de novembro de 2010

Colômbia: 33 sindicalistas han asesinados en 2010, dice la Central Unitária de Trabajadores


Por: AFP | Elespectador.com
En los tres meses que lleva el gobierno del presidente Juan Manuel Santos han asesinado a cuatro líderes sindicales.

Un total de 38 sindicalistas y educadores fueron asesinados en Colombia en 2010, denunció este jueves la Central Unitaria de Trabajadores (CUT), que instó al presidente Juan Manuel Santos a cumplir sus promesas de proteger a los trabajadores.

En los tres meses que lleva el gobierno de Santos, cuatro líderes sindicales fueron asesinados y uno desaparecido; tres de ellos las últimas dos semanas, señala un informe de la CUT.

Luis Alberto Vanegas, director del departamento de Derechos Humanos de la CUT, dijo que hasta ahora Santos "ha hecho muchas promesas pero siguen asesinando sindicalistas".

"Ha sido más un cambio de estilo (respecto a su predecesor, el ex presidente Álvaro Uribe), pero con continuidad política. No vemos avances en el tema social", añadió.

Vanegas reclamó un "cambio de actitud de parte del Estado" frente al movimiento sindical, que según dijo, históricamente ha sido víctima de una "cultura violenta antisindical por parte de empresarios con el apoyo de agentes del Estado".

Desde 1986 han sido asesinados en Colombia 2.800 sindicalistas y educadores, y otros 190 desaparecidos. El 98% de esos hechos se encuentran en la impunidad según la CUT, la principal agremiación sindical del país.

De acuerdo con Vanegas, esa cultura de violencia contra el movimiento sindical redujo sensiblemente esa actividad en el país. "En 1973 cerca del 11% de los trabajadores colombianos estaban sindicalizados, hoy apenas el 4,5%", afirmó.

La CUT cuenta actualmente con 550.000 trabajadores afiliados de un total de 850.000 sindicalizados en el país, indicó Vanegas, quien atribuyó a "los empresarios con el apoyo de grupos paramilitares" la mayoría de los crímenes.

Uno de los líderes sindicales asesinado en los últimos días es William Tafur, quien laboraba como mecánico para la minera estadounidense Drummond, contra la que se lleva a cabo una demanda en tribunales de Estados Unidos por supuestos vínculos con grupos paramilitares de extrema derecha.

Dentro de esa causa judicial que avanza en Estados Unidos fue llamado a declarar el ex presidente Álvaro Uribe, quien antecedió a Santos y en cuyos ocho años de gobierno fueron asesinados 567 sindicalistas y educadores, dijo Vanegas.

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Porto Alegre - RS, Brasil

terça-feira, 14 de setembro de 2010

¿Qué es ser víctima en Colombia?



Por María Jimena Duzán

Sábado 4 Septiembre 2010

El otro día un político me dijo que a él le disgustaban las personas que se declaraban víctimas, porque le parecía un ejercicio innecesario. "En Colombia -me dijo- todos somos víctimas. ¿O es que usted cree que hay algún ciudadano que no lo haya tocado la violencia, que no haya tenido un pariente, así sea lejano, secuestrado o asesinado?".

Este tipo de reflexiones dichas en un país que tiene cerca de cuatro millones de desplazados, la mayoría de los cuales han sido despojados de sus tierras luego de haber visto cómo masacraban a su madre, a su padre o a sus hermanos, refleja cuán lejos estamos como sociedad de haber encontrado un consenso sobre cómo reparar a las víctimas y devolverles la dignidad que les han quitado años de expolio y de invisibilidad.
El hecho de que la violencia nos toque no necesariamente nos convierte a todos los colombianos en víctimas, de la misma forma que la penetración del narcotráfico en la sociedad y en el Estado no nos convierte a todos en narcotraficantes.
Las víctimas en Colombia existen: son de carne y hueso, las llamen como las llamen. Y no solo hay víctimas causadas por la guerrilla, sino por el narcoparamilitarismo y por la intervención de los agentes del Estado. Basta leer el recuento de las masacres que está realizando el equipo de académicos que el gobierno anterior conformó para recuperar la memoria histórica en desarrollo de la Ley de Justicia y Paz, para darse cuenta de que detrás de cada masacre, detrás de cada asesinato múltiple que han ido recomponiendo, estaba un oficial del Ejército o un comandante de batallón. Para no hablar de cómo en los magnicidios que investiga la Fiscalía hay cada vez más evidencias de que agentes del DAS habrían participado activamente en asesinatos como el de Luis Carlos Galán, Bernardo Jaramillo y Carlos Pizarro.
El problema es que mientras ya hay cierto consenso en la sociedad colombiana por reconocer a las víctimas de las Farc, no ocurre lo mismo a la hora de reconocer a las víctimas del narcoparamilitarismo y mucho menos a las víctimas de los agentes del Estado. Hay todavía una parte de la sociedad colombiana que sigue viviendo tranquila, llevando un narcoparaquito en su corazón; que considera a la parapolítica un mal menor de poca monta que no debería ser motivo de la más mínima investigación y que siente una simpatía especial por Jorge 40, por Mancuso, así ellos dos hayan confesado haber cometido centenares de crímenes contra campesinos inocentes.
Tomemos el caso, por ejemplo, del ex presidente Álvaro Uribe. Su padre fue asesinado por la guerrilla y su familia sintió el dolor desgarrador que produce la pérdida de un ser querido. Sin embargo, en su gobierno la palabra 'víctima' no solo nunca fue apropiada por él sino que se convirtió en una palabra que suscitó desconfianza y con la cual él personalmente nunca se sintió cómodo.
No solo la usó poco en su gobierno, sino que cuando recurrió a ella la utilizó para visibilizar solo a las víctimas de las Farc. Las demás, las víctimas del narcoparamiltarismo y las víctimas de agentes del Estado, siempre fueron menospreciadas por su gobierno. La Ley de Justicia y Paz fue concebida por Uribe como una ley que beneficiaba a los victimarios y no a las víctimas del narcoparamilitarismo, y cuando el senador liberal Juan Fernando Cristo presentó la ley de víctimas que pedía la restitución de tierras a las víctimas de toda índole e incluía a las de los agentes del Estado, su gobierno la enterró argumentando que no había dinero suficiente para sufragar un proyecto que costaba 88 billones de pesos, cifra que hasta ahora nadie ha podido saber de dónde fue sacada.
Ahora que el gobierno de Juan Manuel Santos abre de nuevo el debate en torno a la urgencia que para el país significa sacar adelante una ley de víctimas que no discrimine a ninguna de ellas y una ley de tierras que le permita entregarles a los campesinos las tierras de las que fueron despojados, la fractura de la sociedad vuelve a presentarse: de un lado están los que no creen que haya que reparar a nadie porque "todos somos víctimas" y, del otro, los que pensamos que las víctimas, independientemente de quiénes hayan sido sus victimarios, tienen derecho no solo a saber la verdad sino a ser restituidas en su dignidad y en sus tierras. Si ganan los primeros, este país nunca podrá salir del conflicto ni de la guerra. Si ganamos los segundos, nuestros hijos podrán conocer la paz que nosotros ya no vivimos.

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fiscalía revela que van 2.436 víctimas de "falsos positivos"


Por: Mauricio Collazos

La Fiscalía General de la Nación reveló que a 2 mil 436 se elevó el número de víctimas de casos relacionados con los denominados "falsos positivos" en el país.

El ente acusador reportó que del total de víctimas en este escándalo, 2 mil 193 corresponden a hombres, 118 a mujeres y 125 a menores de edad.

Así se desprende de un informe preparado por la Unidad Nacional de Derechos Humanos de la Fiscalía, donde quedó al descubierto que a la fecha están siendo investigados 1.100 miembros de la fuerza pública por estar implicados en este escándalo.

De acuerdo con el informe, el mayor número de uniformados implicados en estos hechos son integrantes del Ejército con un total de 1.068, seguido de miembros de la Policía con 23, de la Armada Nacional son 7 y del DAS 2.

De igual forma, han sido condenadas un total de 245 personas, de las cuales 54 confesaron ser culpables y aceptaron cargos para sentencia anticipada.

Según los investigadores, el mayor número de homicidios cometidos presuntamente por miembros de la fuerza pública, se presentó en el año 2007 con un total de 507 casos, mientras que en el 2009 se registraron 13 y en lo corrido de 2010 no se tiene ningún reporte oficial.

Agrega el informe de la Fiscalía, que los departamentos de mayor impacto son en su orden: Antioquia con 405 casos, Meta con 116 y Norte de Santander y Caquetá con 78.

Por su parte, Cristian Salazar, delegado de las Naciones Unidas en Colombia para los Derechos Humanos, se declaró preocupado porque la Justicia Penal Militar no está colaborando de manera eficaz con la justicia ordinaria para esclarecer los miles de procesos que se adelantan por estos hechos.

Salazar explicó que mientras en el 2009 la Justicia Penal Militar remitió a la ordinaria 267 expedientes en lo corrido del 2010 sólo ha trasladado 7 procesos.

A su turno, el personero de Soacha, Cundinamarca, Fernando Escobar, dijo que de los casos de "falsos positivos" de los 14 jóvenes de ese municipio, y de los otros 3 de Bogotá reportados como muertos en supuestos combates en 2007 y 2008, hoy sólo hay un expediente en etapa de juicio.


Fiscalía investigará 3 posibles "falsos positivos" en La Macarena


Por: RCN Radio

RCN La Radio conoció en primicia que se compulsarán copias a la Dirección Nacional de Fiscalías para que se comiencen a investigar los tres primeros casos de N.N. hallados en el cementerio de La Macarena, en el Meta, ya que podrían estar relacionados con los denominados "falsos positivos".

Fuentes judiciales le confirmaron a RCN La Radio que en principio tres de las víctimas, cuyos cuerpos se encontraban en el cementerio municipal de La Macarena, podrían haber sido presentados como muertos en falsos combates con miembros de la fuerza pública.

A este primer indicio llegaron los investigadores de la Fiscalía, luego de lograr la plena identificación de los cadáveres exhumados y haber ubicado a sus familiares, quienes entregaron versiones que conducirían a establecer que fueron asesinados y presentados como supuestos guerrilleros muertos en combate.

Se espera que inmediatamente llegue la compulsa de copias a la Dirección Nacional de Fiscalías, este despacho remita el expediente al fiscal competente para asumir estos primeros casos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

FARC prontas para falar na assembleia da Unasul

23 de agosto de 2010 .- A ofensiva diplomática das FARC a todo vapor. Enquanto por um lado o governo colombiano fecha a porta para as conversações sobre o conflito social e armado, as FARC batem em outra porta.

Infelizmente, a OEA e a ONU seguem obedientes as orientações do capitalismo. Pouco ou nada fazem esses espaços supostamente "democráticos". Antes as FARC enviaram cartas à ONU, sem respostas até agora.

Leia: a Carta das FARC – EP a UNASUL


Carta aberta das FARC-EP à Unasul

Embora o governo da Colômbia mantenha fechada a porta ao diálogo com a insurgência, estimulado pela miragem de uma vitória militar e interferência de Washington, queremos transmitir à União das Nações do Sul, a Unasul, a nossa firme determinação em procurar uma solução política para conflito .

É um fato que esta transbordou, durante anos, o marco das fronteiras patrióticas como resultado das estratégias de "prevenção" em Bogotá impostas pelo governo dos Estados Unidos. Se a Colômbia está sob ocupação militar de uma potência estrangeira é para desenvolver um interesse geo-estratégico, predominantemente continental, e não por causa da guerra de contra-insurgência local. Ninguém contesta que a Casa Branca tem a preocupação crescente com presença política assumida neste hemisfério, dos governos que optam por soberania.

Em nosso país, o Plano Colômbia, a estratégia neoliberal, a violência institucional e para-institucional, tem agravado o conflito a um novo nível, o que torna muito difícil superar essa fase de confronto fratricida sem a ajuda dos países irmãos.

A crise humanitária na Colômbia clama mobilização e solidariedade continental. A obsessão oligárquica em submeter os guerrilheiros militarmente há 46 anos, e a implementação de políticas repressivas e militaristas de Washington afirmam inúmeros massacres, valas comuns, como em Macarena que esconde mais de 2.000 cadáveres: o maior da América Latina , crimes contra a humanidade, eufemisticamente chamados de "falsos positivos", um deslocamento forçado de cinco milhões de camponeses, os desaparecimentos de cidadãos por razões políticas, prisões arbitrárias, 30 milhões de pobres em um país de 44 milhões de pessoas ...

Alguns aludem frequentemente à obsolescência da luta armada revolucionária, mas não dizem nada sobre as condições e garantias para a luta política na Colômbia. Outros dizem que a ameaça é da insurgência e não da estratégia neocolonial do governo dos Estados Unidos, parecendo ignorar que, com a guerrilha ou sem ela, o Estado continuaria com a sua agenda de posição dominante. E também deverá pressionar uma das partes litigantes, principalmente a insurreição.

A paz com justiça social, não a guerra pela guerra, tem sido o objetivo estratégico das FARC desde a sua criação em 1964, em Marquetalia. Se as conversações de paz na Casa Verde, Caracas, Tlaxcala e Caguán não chegaram ao término, foi porque os oligarcas não considerariam qualquer alteração da injusta política social e econômica que motiva a revolta. Hoje enfrentamos, agitando bandeiras políticas inquestionáveis, a maior máquina de guerra que tem vindo a enfrentar uma guerrilha, mas lutando sempre pela possibilidade de uma solução política.

Sr. Presidente, a seu critério, quando for oportuno, estamos prontos para apresentar na reunião da Unasul a nossa visão do conflito colombiano.

A paz na Colômbia é a paz no continente.

Queira aceitar os nossos cumprimentos

Atenciosamente,

Compatriotas

Secretariado do Estado Maior Geral das FARC-EP

Montanhas da Colômbia, agosto 2010

sábado, 28 de agosto de 2010

CONFLITO NA COLÔMBIA: O POVO PÕE OS MORTOS


O conflito armado que a Colômbia sofre há mais de 50 anos enfrenta forças de segurança do estado (exército, polícia, tropas de elite antiguerrilha) apoiadas por grupos paramilitares treinados e financiados pelo governo e por fazendeiros, contra grupos guerrilheiros, basicamente as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP) e, em menor escala, o Exército de Libertação Nacional (ELN).


No entanto, no cenário do conflito, as cidades do interior e as regiões rurais, o povo sofre as piores consequências em termos de abusos extremos aos direitos humanos e violações ao direito internacional humanitário. Tais abusos têm provocado a pior crise mundial de pessoas expulsas de seus lugares de origem. Recentemente a Colômbia superou o Sudão quanto ao numero de pessoas deslocadas internas. Estima-se em 3,5 milhões o número de colombianos que fogem das suas casas para escapar da violência. Isto significa 8% de uma população total de 44 milhões de habitantes, a 2ª maior na América do Sul, depois do Brasil. Colômbia ocupa também o primeiro lugar entre os países da América Latina em número de nacionais que emigram a outros países, com cerca de 4 milhões de pessoas que foram procurar um futuro melhor, principalmente nos Estados Unidos, Espanha e Venezuela.


O atual governo de Uribe, no poder desde 2002, nega que exista um conflito armado no país alegando que o que há é uma “guerra contra o terror”. Esta denominação é uma forma de evitar internacionalmente qualquer preocupação em matéria de direitos humanos. De fato, organizações internacionais como Anistia Internacional e Human Rights Watch, além de ONGs nacionais defensoras dos direitos humanos, têm sido catalogadas pelo governo como apoiadores dos grupos insurgentes, o que automaticamente os torna alvos dos paramilitares.


Em 50 anos de conflito, a maior lista de vítimas é a população civil sem que os movimentos guerrilheiros tenham sido exterminados, como é o objetivo de Uribe. Somente nos últimos 20 anos morreram mais de 70.000 pessoas, a maioria civis, como conseqüência das hostilidades. Um partido político de esquerda, a União Patriótica, foi eliminado fisicamente com a morte de quase 5.000 dos seus militantes entre 1985 e 1992. Quatro candidatos à presidência pertencentes a grupos da oposição foram assassinados, alguns em plena campanha eleitoral. Foram eles Jaime Pardo (União Patriótica) em 1987, Luis Carlos Galán (Novo Liberalismo) em 1989, Carlos Pizarro (Ação Democrática M-19) e Bernardo Jaramillo (União Patriótica), estes últimos em 1990. Colômbia é o país com maior número de sindicalistas assassinados no mundo. Só nos últimos 10 anos mais de 2.500 sindicalistas foram mortos em seus locais de trabalho ou em suas casas. Seis em cada 10 sindicalistas assassinados no mundo são colombianos. Sindicatos de professores denunciam o assassinato de seus colegas, que apenas no ano de 2006 mostrou a cifra de 33 docentes assassinados por paramilitares. A Comissão Internacional de Juristas denuncia que entre 1979 e 1991, 278 advogados foram assassinados na Colômbia. Estudantes universitários denunciam que desde 2001 até 2008 mais de 30 alunos foram assassinados por paramilitares.


O comum de todos estes assassinatos que em 99% dos casos nunca foram presos nem indiciados os culpados. Muito além das cifras que consideram a Colômbia como a triste campeã de genocídio impune contra seu povo, deve-se considerar como se chegou à tamanha perda de valores humanos. Vale a pena se perguntar como é que o povo elege e re-elege ao presidente mais desrespeitador dos direitos humanos e mais descaradamente próximo aos grupos paramilitares, mas também o que teve os maiores índices de popularidade. Será que os colombianos estão sedentos de sangue?


Apesar dos massacres serem realizados em 90% dos casos por paramilitares e do apoio explícito que Uribe tem dado aos grupos paramilitares desde a época que era governador do Departamento de Antioquia até sua ascensão à presidência da república, ele conseguiu se eleger duas vezes e confabula para mudar a constituição e se eleger pela terceira vez.


Vários fatores devem ser considerados para tentar uma explicação a este fenômeno. Em primeiro lugar, o elevado índice de abstenção nas eleições (até 60%) em um país em que o voto é facultativo. Na última eleição, Uribe conquistou a presidência com 25% do eleitorado. Em segundo lugar, a manipulação da informação que a mídia exerce sobre os distintos meios de comunicação, completamente monopolizados e dominados pela elite governante. Em terceiro lugar, a tradicional corrupção dos “caciques”, líderes dos partidos tradicionais ligados ao poder que compram votos por dinheiro ou favores ou ameaçam com seus capangas a quem não vote nos seus protegidos. Todos esses fatores levam a que a maioria dos votantes seja quase exclusivamente das classes média e alta, sem participação do povo que fica afundado na ignorância, o medo e a desinformação.


Adicionalmente, grande parcela da população urbana embrutecida pela mídia, engole o argumento da “guerra contra o terror” e aceita sem condições que o principal problema a resolver no país é a eliminação da guerrilha e não se importa para problemas tais como o desemprego, a insegurança, a falta de educação, de saúde, de moradia, de garantias de vida para grupos ou partidos de oposição, de investimento social ou de reforma agrária. Este último ponto é dramático na Colômbia, onde existe uma verdadeira anti-reforma agrária. Mais de 80% das terras potencialmente produtivas está nas mãos de paramilitares estando completamente improdutivas uma vez que a apropriação de território tem caráter estratégico no conflito armado. Enquanto isso, o povo banido do campo enche as grandes cidades em condições subumanas.


Desde a época que os historiadores vêm chamando de “A Violência”, que começou em 1947 depois do assassinato de Jorge Eliécer Gaitán, líder liberal de oposição ao governo conservador da época, até o fim da única ditadura militar na história recente da Colômbia do General Gustavo Rojas em 1957 foram 10 anos em que morreram violentamente 300.000 colombianos, principalmente nas regiões rurais. Para parar com o banho de sangue, Rojas fez acordos com a guerrilha liberal para conseguir a sua desmobilização. Entretanto, o acordo foi desrespeitado e os líderes guerrilheiros desmobilizados foram assassinados um a um. Conformava-se assim a estratégia que os sucessivos governos colombianos utilizariam para enfrentar a oposição, ou seja, a sua eliminação física. Enquanto a década de 1970 foi de grande crescimento dos grupos guerrilheiros que chegaram a quase dez, a década de 1980 caracterizou-se pelo crescimento dos cartéis do narcotráfico e dos grupos paramilitares. Os primeiros injetaram dinheiro nos segundos, enquanto que o governo olhava com complacência a ação “suja” que ele não podia fazer, de eliminar não só os líderes da oposição, como os supostos colaboradores da guerrilha, ou seja, os camponeses que habitavam no cenário dos conflitos, os militantes de partidos de esquerda legalizados, as organizações de defesa dos direitos humanos e os ativistas comunitários.


À estratégia da eliminação física da oposição foi somada a estratégia de “tirar a água do peixe”, velha tática norte-americana posta em prática em outros países, a qual consiste em eliminar o camponês que vai apoiar os grupos insurgentes mais cedo ou mais tarde, seja por convicção ou por medo. Estas estratégias combinadas, postas em execução por um exército de paramilitares sem escrúpulos com claro e comprovado apoio do exército oficial, levaram inevitavelmente ao banho de sangue que tem sofrido a Colômbia nas últimas décadas.


O futuro é incerto e obscuro. Nos últimos 40 anos foi sacrificada a maioria da população pensante que poderia redimir o país das suas mazelas e ficou no poder uma elite corrupta, assassina, sem a menor condição de resolver os problemas sociais e completamente ajoelhada ao imperialismo norte-americano. Uribe mostra cifras que indicam que o conflito tem diminuído, que a Colômbia caminha para a pacificação, mas o certo é que a paz que impera na Colômbia é a paz das sepulturas, a “pax” romana. A classe média adora Uribe porque agora dá para passear pelas estradas durante as férias sem se preocupar em encontrar uma blitz da guerrilha. Quem viaja pelas principais rodovias assiste a um permanente desfile de soldados fortemente armados a cada 5 ou 10 km. O custo desse deslocamento militar é absurdo. Os demais problemas são menores. As massas de camponeses enxotados de suas terras lotando a periferia das grandes cidades, o conflito no campo que faz da Colômbia um país importador de alimentos quando antes era exportador, a imposição do mais duro capitalismo selvagem, a carência de recursos para universidades, escolas e hospitais, a falta de garantias constitucionais. O que importa é exterminar os insurgentes. E assim Uribe caminha para seu terceiro mandato, mesmo que para consegui-lo tenha que mudar a constituição. Para isso tem a maioria do congresso, com peso significativo e reconhecido de políticos paramilitares. Para isso o povo põe os mortos e a classe média desinformada põe os votos.


Bibliografia

Amnistía Internacional. Déjenos en paz! La población civil, víctima del conflicto armado interno de Colombia. Editorial Amnistía Internacional, Madrid, 2008. 130 p.

Disponível em: ww.amnesty.orges.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Asesinan a defensora colombiana que denunció Masacre de La Macarena


Los comités permanentes por la defensa de los Derechos Humanos,de la Audiencia Pública y de la Marcha Patriótica denunciaron en Colombia el asesinato de la activista de los derechos humanos Norma Irene Pérez, quien conformó la delegación que auditó la fosa común más grande de América Latina, ubicada en localidad cercana al fuerte militar de La Macarena.

Igualmente, el comité seccional de derechos humanos del Alto Guayabero denunció ante la comunidad internacional el asesinato de la dirigente comunal, quien desapareció el pasado 7 de agosto.

Norma Irene Pérez fue asesinada a tiros, denunció hoy el diputado Iván Cepeda, en diálogo con ANSA. Cepeda dijo que el 7 de agosto Pérez desapareció y seis días después fue hallado su cuerpo baleado.

El congresista, de Polo Democrático Alternativo, recordó que la mujer asesinada participó en la audiencia pública convocada bajo el título "La crisis humanitaria de los Llanos Orientales", en la que se denunció una violación masiva de derechos humanos en La Macarena y la existencia de una fosa común con 2 mil cadáveres.

"No sabemos el origen de esta situación, pero había advertido de los riegos para aquellas personas que denunciamos el tema de La Macarena", le dijo Cepeda a ANSA, al tiempo que negó que haya amenazas actuales en su contra por ese asunto.

El congresista dijo que el 25 de agosto habrá un debate de control político en el Parlamento por el tema de la fosa común en La Macarena, a la que fueron citados los ministros de Defensa y de Interior y Justicia, además del fiscal y el procurador.

Sobre el asesinato de Pérez, ninguna autoridad se pronunció hasta la tarde de ayer.


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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Colombia: la amenaza del neoparamilitarismo


Desde inicios de este año han aumentado de forma sistemática las amenazas y hostigamientos contra líderes sociales, políticos, comunitarios y sectoriales en el país. Los meses de abril y mayo evidenciaron un pico en el accionar de los nuevos grupos armados ilegales de extrema derecha, derivados del proceso de desmovilización de los grupos paramilitares. A su vez, el mapa general de la violencia en el país también muestra como en las regiones históricamente manejadas por el narcotráfico y en las conquistadas en el pasado por los grupos paramilitares –hoy más activos que en otras épocas– se recrudecen las agresiones, aumenta el número de civiles desplazados y, por ende, las denuncias de violación a los derechos humanos de miles de personas y sus comunidades de origen.

Sin embargo, siguen siendo muchos los hechos que se quedan sin documentar: indígenas, estudiantes, obreros, profesores, campesinos, habitantes de barrios, artistas, periodistas, madres de familia y políticos configuran hoy el blanco de las acciones de los nuevos grupos paramilitares en las ciudades y en el campo. Las acciones de terror van desde las llamadas telefónicas intimidatorias, el envío de amenazas a través de correos electrónicos, grafitis con señalamientos y, por supuesto, actos de agresión directa que incluyen atentados, masacres y todo tipo de acciones armadas contra la población civil.

En las principales ciudades del país, el espectro de grupos neoparamilitares y de ultraderecha va desde las estructuras tradicionales de estos grupos delincuenciales hasta pandillas de jóvenes que promulgan el 'nacional socialismo' y que incurren en abiertos actos de violencia contra el movimiento social y popular. En Bogotá, se ven pintadas en algunas paredes de la ciudad frases amenazantes, firmadas por una organización que se identifica con símbolos nazis, en contra del defensor de derechos humanos Javier Giraldo, integrante del Centro de Investigación y Educación Popular (Cinep), y hace pocos días el director de la Consultoría para los Derechos Humanos y el Desplazamiento (Codhes), Marco Romero, sufrió un atentado contra su vida que quiere hacerse pasar por un acto de delincuencia común.

Bajo una baraja de nombres que pareciera no acabar y que incluye organizaciones como las Nuevas Autodefensas de Colombia, Juventudes de las Autodefensas, Nueva Generación, Águilas Negras, Comando Conjunto de Limpieza o Ejército Revolucionario Popular Anticomunista (ERPAC) –dirigido por Pedro Oliverio Guerrero alias 'Cuchillo'–, entre otros, se cobijan los ejércitos privados encargados de asesinar, desaparecer, desplazar, estigmatizar y señalar a los lideres sociales y sus comunidades en todo el país. Aunque se intente demostrar su accionar como aislado e inconexo, esta multitud de grupos tiene en común intereses de control territorial y social en las regiones, combinados con el manejo de las rutas del tráfico de drogas al extranjero. Por eso, la idea –impulsada fundamentalmente desde la dirección de la Policía Nacional– de mostrar a las llamadas 'bandas emergentes' como un fenómeno que no guarda relación entre distintos escenarios regionales y que no abarca una nueva gran estrategia paramilitar lo único que ha logrado es desdibujar el grave momento que vive el país y ocultar la verdadera crisis humanitaria que se deriva de todas sus acciones en contra de la población civil.

En su informe anual de 2009, la ONU también reconoce la existencia en el país de catorce bandas criminales en todo el territorio nacional y, a pesar de hacer unas recomendaciones importantes al gobierno colombiano con respecto a la implementación de la Ley de Justicia y Paz (Ley 975 de 2005), no reconoce la relación directa entre éstas y una estructura nacional de los paramilitares que aún sigue viva y que ha alcanzado niveles de articulación insospechados. En este sentido, las cifras presentadas en un informe publicado por la Corporación Nuevo Arco Iris en 2009 demuestra que existen decenas de acciones coordinadas por parte de estos grupos a nivel nacional, aunque enfatiza en las disputas entre lideres paramilitares por zonas de control estratégico.

A pesar de las supuestas ventajas que el gobierno Uribe sostenía para defender el proceso de desmovilización de más de 20.000 integrantes de las antiguas Autodefensas Unidas de Colombia (AUC), lo cierto es sólo 8.000 desmovilizados –no sólo del paramilitarismo sino también de la guerrilla– han podido completar el trámite jurídico necesario para incorporarse a la vida civil. Por eso, no es de extrañar que diversos analistas, entre los que se incluyen los investigadores de Nuevo Aro Iris Mauricio Romero y Angélica Arias, coautores del artículo, señalen que el crecimiento de los grupos neoparamilitares y de sus acciones se elevó considerablemente entre 2004 y 2008, período en el que se suponía que estos grupos debieron haberse sometido al proceso de desmovilización y reinserción acordado con el Gobierno Nacional, alcanzando sus actos violentos niveles históricos que sólo son comparables con los alcanzados por las AUC entre 1997 y 1999, el mismo periodo en el que la estrategia paramilitar cobró mayor cantidad de víctimas a nivel nacional.

La nueva estrategia paramilitar se centra en rodear las ciudades, penetrarlas para controlar sus barriadas y mantener el terror en los campos, paralelamente a los enfrentamientos y alianzas entre los líderes paramilitares por el control de territorios, rutas y renglones importantes de su economía, como el tráfico de drogas, la extorsión y la prostitución en las principales ciudades. A pesar de las fuertes pugnas militares entre estas organizaciones, dadas por el cartel del narcotráfico en el que se originaron o por sus liderazgos, sus intereses los unen y los llevan a actuar de manera articulada en todo el territorio nacional, como lo ha demostrado la actual oleada de amenazas y asesinatos.


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Esta mensagem é enviada pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano
Porto Alegre - RS, Brasil