BLOQUE ZONA LIVRE em Construção

BLOQUE ZONA LIVRE em Construção

sábado, 28 de agosto de 2010

CONFLITO NA COLÔMBIA: O POVO PÕE OS MORTOS


O conflito armado que a Colômbia sofre há mais de 50 anos enfrenta forças de segurança do estado (exército, polícia, tropas de elite antiguerrilha) apoiadas por grupos paramilitares treinados e financiados pelo governo e por fazendeiros, contra grupos guerrilheiros, basicamente as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP) e, em menor escala, o Exército de Libertação Nacional (ELN).


No entanto, no cenário do conflito, as cidades do interior e as regiões rurais, o povo sofre as piores consequências em termos de abusos extremos aos direitos humanos e violações ao direito internacional humanitário. Tais abusos têm provocado a pior crise mundial de pessoas expulsas de seus lugares de origem. Recentemente a Colômbia superou o Sudão quanto ao numero de pessoas deslocadas internas. Estima-se em 3,5 milhões o número de colombianos que fogem das suas casas para escapar da violência. Isto significa 8% de uma população total de 44 milhões de habitantes, a 2ª maior na América do Sul, depois do Brasil. Colômbia ocupa também o primeiro lugar entre os países da América Latina em número de nacionais que emigram a outros países, com cerca de 4 milhões de pessoas que foram procurar um futuro melhor, principalmente nos Estados Unidos, Espanha e Venezuela.


O atual governo de Uribe, no poder desde 2002, nega que exista um conflito armado no país alegando que o que há é uma “guerra contra o terror”. Esta denominação é uma forma de evitar internacionalmente qualquer preocupação em matéria de direitos humanos. De fato, organizações internacionais como Anistia Internacional e Human Rights Watch, além de ONGs nacionais defensoras dos direitos humanos, têm sido catalogadas pelo governo como apoiadores dos grupos insurgentes, o que automaticamente os torna alvos dos paramilitares.


Em 50 anos de conflito, a maior lista de vítimas é a população civil sem que os movimentos guerrilheiros tenham sido exterminados, como é o objetivo de Uribe. Somente nos últimos 20 anos morreram mais de 70.000 pessoas, a maioria civis, como conseqüência das hostilidades. Um partido político de esquerda, a União Patriótica, foi eliminado fisicamente com a morte de quase 5.000 dos seus militantes entre 1985 e 1992. Quatro candidatos à presidência pertencentes a grupos da oposição foram assassinados, alguns em plena campanha eleitoral. Foram eles Jaime Pardo (União Patriótica) em 1987, Luis Carlos Galán (Novo Liberalismo) em 1989, Carlos Pizarro (Ação Democrática M-19) e Bernardo Jaramillo (União Patriótica), estes últimos em 1990. Colômbia é o país com maior número de sindicalistas assassinados no mundo. Só nos últimos 10 anos mais de 2.500 sindicalistas foram mortos em seus locais de trabalho ou em suas casas. Seis em cada 10 sindicalistas assassinados no mundo são colombianos. Sindicatos de professores denunciam o assassinato de seus colegas, que apenas no ano de 2006 mostrou a cifra de 33 docentes assassinados por paramilitares. A Comissão Internacional de Juristas denuncia que entre 1979 e 1991, 278 advogados foram assassinados na Colômbia. Estudantes universitários denunciam que desde 2001 até 2008 mais de 30 alunos foram assassinados por paramilitares.


O comum de todos estes assassinatos que em 99% dos casos nunca foram presos nem indiciados os culpados. Muito além das cifras que consideram a Colômbia como a triste campeã de genocídio impune contra seu povo, deve-se considerar como se chegou à tamanha perda de valores humanos. Vale a pena se perguntar como é que o povo elege e re-elege ao presidente mais desrespeitador dos direitos humanos e mais descaradamente próximo aos grupos paramilitares, mas também o que teve os maiores índices de popularidade. Será que os colombianos estão sedentos de sangue?


Apesar dos massacres serem realizados em 90% dos casos por paramilitares e do apoio explícito que Uribe tem dado aos grupos paramilitares desde a época que era governador do Departamento de Antioquia até sua ascensão à presidência da república, ele conseguiu se eleger duas vezes e confabula para mudar a constituição e se eleger pela terceira vez.


Vários fatores devem ser considerados para tentar uma explicação a este fenômeno. Em primeiro lugar, o elevado índice de abstenção nas eleições (até 60%) em um país em que o voto é facultativo. Na última eleição, Uribe conquistou a presidência com 25% do eleitorado. Em segundo lugar, a manipulação da informação que a mídia exerce sobre os distintos meios de comunicação, completamente monopolizados e dominados pela elite governante. Em terceiro lugar, a tradicional corrupção dos “caciques”, líderes dos partidos tradicionais ligados ao poder que compram votos por dinheiro ou favores ou ameaçam com seus capangas a quem não vote nos seus protegidos. Todos esses fatores levam a que a maioria dos votantes seja quase exclusivamente das classes média e alta, sem participação do povo que fica afundado na ignorância, o medo e a desinformação.


Adicionalmente, grande parcela da população urbana embrutecida pela mídia, engole o argumento da “guerra contra o terror” e aceita sem condições que o principal problema a resolver no país é a eliminação da guerrilha e não se importa para problemas tais como o desemprego, a insegurança, a falta de educação, de saúde, de moradia, de garantias de vida para grupos ou partidos de oposição, de investimento social ou de reforma agrária. Este último ponto é dramático na Colômbia, onde existe uma verdadeira anti-reforma agrária. Mais de 80% das terras potencialmente produtivas está nas mãos de paramilitares estando completamente improdutivas uma vez que a apropriação de território tem caráter estratégico no conflito armado. Enquanto isso, o povo banido do campo enche as grandes cidades em condições subumanas.


Desde a época que os historiadores vêm chamando de “A Violência”, que começou em 1947 depois do assassinato de Jorge Eliécer Gaitán, líder liberal de oposição ao governo conservador da época, até o fim da única ditadura militar na história recente da Colômbia do General Gustavo Rojas em 1957 foram 10 anos em que morreram violentamente 300.000 colombianos, principalmente nas regiões rurais. Para parar com o banho de sangue, Rojas fez acordos com a guerrilha liberal para conseguir a sua desmobilização. Entretanto, o acordo foi desrespeitado e os líderes guerrilheiros desmobilizados foram assassinados um a um. Conformava-se assim a estratégia que os sucessivos governos colombianos utilizariam para enfrentar a oposição, ou seja, a sua eliminação física. Enquanto a década de 1970 foi de grande crescimento dos grupos guerrilheiros que chegaram a quase dez, a década de 1980 caracterizou-se pelo crescimento dos cartéis do narcotráfico e dos grupos paramilitares. Os primeiros injetaram dinheiro nos segundos, enquanto que o governo olhava com complacência a ação “suja” que ele não podia fazer, de eliminar não só os líderes da oposição, como os supostos colaboradores da guerrilha, ou seja, os camponeses que habitavam no cenário dos conflitos, os militantes de partidos de esquerda legalizados, as organizações de defesa dos direitos humanos e os ativistas comunitários.


À estratégia da eliminação física da oposição foi somada a estratégia de “tirar a água do peixe”, velha tática norte-americana posta em prática em outros países, a qual consiste em eliminar o camponês que vai apoiar os grupos insurgentes mais cedo ou mais tarde, seja por convicção ou por medo. Estas estratégias combinadas, postas em execução por um exército de paramilitares sem escrúpulos com claro e comprovado apoio do exército oficial, levaram inevitavelmente ao banho de sangue que tem sofrido a Colômbia nas últimas décadas.


O futuro é incerto e obscuro. Nos últimos 40 anos foi sacrificada a maioria da população pensante que poderia redimir o país das suas mazelas e ficou no poder uma elite corrupta, assassina, sem a menor condição de resolver os problemas sociais e completamente ajoelhada ao imperialismo norte-americano. Uribe mostra cifras que indicam que o conflito tem diminuído, que a Colômbia caminha para a pacificação, mas o certo é que a paz que impera na Colômbia é a paz das sepulturas, a “pax” romana. A classe média adora Uribe porque agora dá para passear pelas estradas durante as férias sem se preocupar em encontrar uma blitz da guerrilha. Quem viaja pelas principais rodovias assiste a um permanente desfile de soldados fortemente armados a cada 5 ou 10 km. O custo desse deslocamento militar é absurdo. Os demais problemas são menores. As massas de camponeses enxotados de suas terras lotando a periferia das grandes cidades, o conflito no campo que faz da Colômbia um país importador de alimentos quando antes era exportador, a imposição do mais duro capitalismo selvagem, a carência de recursos para universidades, escolas e hospitais, a falta de garantias constitucionais. O que importa é exterminar os insurgentes. E assim Uribe caminha para seu terceiro mandato, mesmo que para consegui-lo tenha que mudar a constituição. Para isso tem a maioria do congresso, com peso significativo e reconhecido de políticos paramilitares. Para isso o povo põe os mortos e a classe média desinformada põe os votos.


Bibliografia

Amnistía Internacional. Déjenos en paz! La población civil, víctima del conflicto armado interno de Colombia. Editorial Amnistía Internacional, Madrid, 2008. 130 p.

Disponível em: ww.amnesty.orges.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Asesinan a defensora colombiana que denunció Masacre de La Macarena


Los comités permanentes por la defensa de los Derechos Humanos,de la Audiencia Pública y de la Marcha Patriótica denunciaron en Colombia el asesinato de la activista de los derechos humanos Norma Irene Pérez, quien conformó la delegación que auditó la fosa común más grande de América Latina, ubicada en localidad cercana al fuerte militar de La Macarena.

Igualmente, el comité seccional de derechos humanos del Alto Guayabero denunció ante la comunidad internacional el asesinato de la dirigente comunal, quien desapareció el pasado 7 de agosto.

Norma Irene Pérez fue asesinada a tiros, denunció hoy el diputado Iván Cepeda, en diálogo con ANSA. Cepeda dijo que el 7 de agosto Pérez desapareció y seis días después fue hallado su cuerpo baleado.

El congresista, de Polo Democrático Alternativo, recordó que la mujer asesinada participó en la audiencia pública convocada bajo el título "La crisis humanitaria de los Llanos Orientales", en la que se denunció una violación masiva de derechos humanos en La Macarena y la existencia de una fosa común con 2 mil cadáveres.

"No sabemos el origen de esta situación, pero había advertido de los riegos para aquellas personas que denunciamos el tema de La Macarena", le dijo Cepeda a ANSA, al tiempo que negó que haya amenazas actuales en su contra por ese asunto.

El congresista dijo que el 25 de agosto habrá un debate de control político en el Parlamento por el tema de la fosa común en La Macarena, a la que fueron citados los ministros de Defensa y de Interior y Justicia, además del fiscal y el procurador.

Sobre el asesinato de Pérez, ninguna autoridad se pronunció hasta la tarde de ayer.


--
Outra Colômbia é possível...!!
-----------------------------------------------
Esta mensagem é enviada pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano
Porto Alegre - RS, Brasil

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Colombia: la amenaza del neoparamilitarismo


Desde inicios de este año han aumentado de forma sistemática las amenazas y hostigamientos contra líderes sociales, políticos, comunitarios y sectoriales en el país. Los meses de abril y mayo evidenciaron un pico en el accionar de los nuevos grupos armados ilegales de extrema derecha, derivados del proceso de desmovilización de los grupos paramilitares. A su vez, el mapa general de la violencia en el país también muestra como en las regiones históricamente manejadas por el narcotráfico y en las conquistadas en el pasado por los grupos paramilitares –hoy más activos que en otras épocas– se recrudecen las agresiones, aumenta el número de civiles desplazados y, por ende, las denuncias de violación a los derechos humanos de miles de personas y sus comunidades de origen.

Sin embargo, siguen siendo muchos los hechos que se quedan sin documentar: indígenas, estudiantes, obreros, profesores, campesinos, habitantes de barrios, artistas, periodistas, madres de familia y políticos configuran hoy el blanco de las acciones de los nuevos grupos paramilitares en las ciudades y en el campo. Las acciones de terror van desde las llamadas telefónicas intimidatorias, el envío de amenazas a través de correos electrónicos, grafitis con señalamientos y, por supuesto, actos de agresión directa que incluyen atentados, masacres y todo tipo de acciones armadas contra la población civil.

En las principales ciudades del país, el espectro de grupos neoparamilitares y de ultraderecha va desde las estructuras tradicionales de estos grupos delincuenciales hasta pandillas de jóvenes que promulgan el 'nacional socialismo' y que incurren en abiertos actos de violencia contra el movimiento social y popular. En Bogotá, se ven pintadas en algunas paredes de la ciudad frases amenazantes, firmadas por una organización que se identifica con símbolos nazis, en contra del defensor de derechos humanos Javier Giraldo, integrante del Centro de Investigación y Educación Popular (Cinep), y hace pocos días el director de la Consultoría para los Derechos Humanos y el Desplazamiento (Codhes), Marco Romero, sufrió un atentado contra su vida que quiere hacerse pasar por un acto de delincuencia común.

Bajo una baraja de nombres que pareciera no acabar y que incluye organizaciones como las Nuevas Autodefensas de Colombia, Juventudes de las Autodefensas, Nueva Generación, Águilas Negras, Comando Conjunto de Limpieza o Ejército Revolucionario Popular Anticomunista (ERPAC) –dirigido por Pedro Oliverio Guerrero alias 'Cuchillo'–, entre otros, se cobijan los ejércitos privados encargados de asesinar, desaparecer, desplazar, estigmatizar y señalar a los lideres sociales y sus comunidades en todo el país. Aunque se intente demostrar su accionar como aislado e inconexo, esta multitud de grupos tiene en común intereses de control territorial y social en las regiones, combinados con el manejo de las rutas del tráfico de drogas al extranjero. Por eso, la idea –impulsada fundamentalmente desde la dirección de la Policía Nacional– de mostrar a las llamadas 'bandas emergentes' como un fenómeno que no guarda relación entre distintos escenarios regionales y que no abarca una nueva gran estrategia paramilitar lo único que ha logrado es desdibujar el grave momento que vive el país y ocultar la verdadera crisis humanitaria que se deriva de todas sus acciones en contra de la población civil.

En su informe anual de 2009, la ONU también reconoce la existencia en el país de catorce bandas criminales en todo el territorio nacional y, a pesar de hacer unas recomendaciones importantes al gobierno colombiano con respecto a la implementación de la Ley de Justicia y Paz (Ley 975 de 2005), no reconoce la relación directa entre éstas y una estructura nacional de los paramilitares que aún sigue viva y que ha alcanzado niveles de articulación insospechados. En este sentido, las cifras presentadas en un informe publicado por la Corporación Nuevo Arco Iris en 2009 demuestra que existen decenas de acciones coordinadas por parte de estos grupos a nivel nacional, aunque enfatiza en las disputas entre lideres paramilitares por zonas de control estratégico.

A pesar de las supuestas ventajas que el gobierno Uribe sostenía para defender el proceso de desmovilización de más de 20.000 integrantes de las antiguas Autodefensas Unidas de Colombia (AUC), lo cierto es sólo 8.000 desmovilizados –no sólo del paramilitarismo sino también de la guerrilla– han podido completar el trámite jurídico necesario para incorporarse a la vida civil. Por eso, no es de extrañar que diversos analistas, entre los que se incluyen los investigadores de Nuevo Aro Iris Mauricio Romero y Angélica Arias, coautores del artículo, señalen que el crecimiento de los grupos neoparamilitares y de sus acciones se elevó considerablemente entre 2004 y 2008, período en el que se suponía que estos grupos debieron haberse sometido al proceso de desmovilización y reinserción acordado con el Gobierno Nacional, alcanzando sus actos violentos niveles históricos que sólo son comparables con los alcanzados por las AUC entre 1997 y 1999, el mismo periodo en el que la estrategia paramilitar cobró mayor cantidad de víctimas a nivel nacional.

La nueva estrategia paramilitar se centra en rodear las ciudades, penetrarlas para controlar sus barriadas y mantener el terror en los campos, paralelamente a los enfrentamientos y alianzas entre los líderes paramilitares por el control de territorios, rutas y renglones importantes de su economía, como el tráfico de drogas, la extorsión y la prostitución en las principales ciudades. A pesar de las fuertes pugnas militares entre estas organizaciones, dadas por el cartel del narcotráfico en el que se originaron o por sus liderazgos, sus intereses los unen y los llevan a actuar de manera articulada en todo el territorio nacional, como lo ha demostrado la actual oleada de amenazas y asesinatos.


--
Outra Colômbia é possível...!!
-----------------------------------------------
Esta mensagem é enviada pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano
Porto Alegre - RS, Brasil