BLOQUE ZONA LIVRE em Construção

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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PASSAGENS DA GUERRA REVOLUCIONÁRIA: Pino del Agua


Depois do encontro com Fidel, em 29 de agosto, marchamos alguns dias, juntos às vezes e outras separando-nos alguma distância, mas com o objetivo de passar unidos pelo serraria de Pino del Agua. Nesse momento tínhamos notícias de que em Pino del Agua, não havia tropa inimiga ou, em todo o caso, uma pequena guarnição.

Tínhamos nossas forças distribuídas na parte lateral do caminho que ascende de Guisa. O lugar eleito permitia avistar os caminhões desde muito longe. O plano era simples; se dispararia de ambos lados e pararíamos o primeiro caminhão numa curva iniciando o fogo contra os outros que seguissem; para detê-los, pensando que podíamos tomar três a quatro veículos se a surpresa resultava. O pelotão que agiria era das melhores armas e estava reforçado por gente do capitão Raúl Castro Mercarder.

Estivemos, aproximadamente, sete dias emboscados pacientemente sem ver chegar as tropas. Ao sétimo, quando estava no pequeno estado maior onde se fazia a comida para toda a tropa emboscada, me avisara que o inimigo se aproximava.

Nossas forças se preparavam para o combate; no lugar principal colocaram-se os homens que estavam ao comando do capitao Ignácio Pérez e deviam parar o primeiro caminhão e, lateralmente, os demais que atirariam sobre os vários veículos. Vinte minutos antes do combate desencadeou-se uma chuva torrencial, coisa habitual na Sierra, que nos ensopou até os ossos, mas os soldados inimigos iam ainda mais preocupados pela água que pelas possibilidades de um ataque e disto nos servimos para a surpresa. O encarregado de abrir fogo tinha uma metralhadora Thompson; efetivamente abriu fogo com ela, mas em tais condições que não atingiu a ninguém; se generalizou o tiroteio e os soldados do primeiro caminhão, mais assustados que feridos pela ação, saltaram à estrada e se perderam atrás do farelhão depois de matar um grande combatente, poeta de nossa coluna, a quem nós dizíamos Crucito, chamado José de la Cruz.

Retiramo-nos de Pino del Agua por vários caminhos, voltando à zona de Pico Verde para reorganizar-nos e esperar a chegada do companheiro Fidel, quem já tinha conhecimento do encontro.

Próxima passagem da guerra revolucionária: Luta Contra o Banditismo