BLOQUE ZONA LIVRE em Construção

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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

PASSAGENS DA GUERRA REVOLUCIONÁRIA: O Combate de Uvero


, por Cmte. Ernesto Che Guevara

O combate desenvolveu-se mais ou menos assim: ao dar Fidel ordem de abrir fogo, com seu disparo, todo o mundo começou a avançar sobre os objetivos fixados e o exército a responder com grande fogo, dirigido em muitos casos em direção a colina de onde nosso chefe dirigia o combate. Aos poucos minutos de iniciada a ação Julito Díaz morreu ao lado de Fidel ao ser alcançado por um balaço diretamente na cabeça. Foram avançando os minutos e a resistência seguia acirrada sem que se pudesse precipitar os objetivos . A tarefa mais importante no centro, era a de Almeida, encarregado de liquidar de qualquer maneira o posto para permitir o passo de suas tropas e as de Raúl que vinha marchando de frente contra o quartel.

As tropas inimigas, bem entrincheiradas, nos rejeitavam com várias baixas e era muito difícil avançar pela zona central. Almeida ordenou um ataque final para tratar de reduzir de todas maneiras os inimigos que tinha em frente; este empurrão dominou o posto e se abriu o caminho do quartel. Pelo outro lado, o certeiro tiro de metralhadora de Guillermo Gárcia tinha liquidado três dos defensores. Raúl, com seu pelotão dividido em duas partes, foi avançando rapidamente sobre o quartel. Foi a ação dos dois capitães, Guillermo García e Almeida, a que decidiu o combate; cada um liquidou o posto assignado e permitiu o assalto final. Junto ao primeiro deve salientar-se a atuação de Luis Crespo, que baixou do Estado Maior para participar no assalto.

No momento em que se desmoronova a resistência inimiga, ao chegar a tomar o quartel, onde se tinha colocado um lenço branco, alguém, de nossa tropa provavelmente, disparou novamente e do quartel responderam com uma rajada que deu na cabeça de Nano Díaz, cuja metralhadora tinha feito estragos até esse momento, entre o inimigo. A briga tinha durado duas horas e quarenta e cinco minutos e nenhum civil tinha sido ferido apesar do número de disparos que se realizaram.

Se se considera que nossos combatentes eram uns 80 homens e os deles 53, se tem um total de 133 homens proximadamente dos quais 38, quer dizer, mais da quarta parte, ficaram fora de combate em um pouco mais de duas e meia horas de combate. Foi um ataque por assalto de homens que avançavam a peito descoberto contra outros que se defendiam com poucas possibilidades de proteção. Deve reconhecer-se que em ambos lados houve profusão de coragem. Para nós foi aliás, a vitória que marcou a maioridade de nossa guerrilha. A partir deste combate, nossa moral aumentou enormemente, nossa decisão e nossas esperanças de vitória aumentaram também, simultaneamente com a vitória e, embora os meses seguintes tinham sido de dura prova, já estávamos em posse do segredo da vitória sobre o inimigo.

Próxima passagem da guerra revolucionária: O Ataque a Bueycito